Per Brindare III

Para concluirmos nossos breves estudos sobre Champagne, devemos passar pelos seus diversos estilos. Como já vimos, anteriormente, os champagnes são produzidos a partir de três castas: a Chardonnay, a Pinot Noir e a Pinot Meunier, que são geralmente cortadas e vinificadas em branco, produzindo um vinho normalmente não safrado, posto que a partir de um corte de vinhos de diversas safras.

É interessante observar que cada uma das três castas tem sua preferência por um “terroir” específico, sendo que a Pinot Noir dá seus melhores frutos em Montagne de Reims (ao sul de Rheims), a Chardonnay em Cote dês Blancs (ao sul de Epernay) e a Pinot Meunier em Vallée de la Marne (a oeste de Epernay).

Excepcionalmente se produz champagnes Roses, quando se vinifíca uma das castas tintas, comumente a Pinot Noir, em tinto; não menos comum é a produção a partir de uma única safra com sua indicação no rótulo.Há ainda a possibilidade de ser produzido um champagne branco a partir exclusivamente das castas tintas, em especial a Pinot Noir, e neste caso recebe o nome de “ Blanc de Noirs”,um champagne raro e exótico, bem como pode ser produzido exclusivamente a partir da Chardonnay, chamando-se então de “Blanc de Blancs”, normalmente mais leves e delicados, além de um pouco mais caros em relação aos cortados.

Sempre de paredes mais grossas que o normal, as garrafas de champagnes tem em princípio a mesma capacidade das garrafas dos demais vinhos, de 0,75 litros, mas apresentam-se também em diversos outros tamanhos, e com nomes próprios no mínimo interessantes, muitos de Reis Bíblicos: Split (0,1875 L), Meia-Garrafa (0,375 L), Magnum (1,5 L), Jeroboão (3 L), Roboão (4,5 L), Matusalém (6 L), Salmanasar (9 L), Baltasar (12 L) e Nabucodonosor (15 L). Interessante perceber que o menor tamanho armazena cerca de um copo de borbulhas, enquanto o maior, cera de cem copos.

Há ainda, para definir o estilo do champagne, os diversos graus de doçura ou “secura” deste delicioso vinho: Nature (0%, ou 0 gramas de açúcar por litro), Extra-brut ( até 0,6%, ou até 6 gramas de açúcar por litro), Brut (até 1,5%, ou até 15 gramas de açucar por litro), Extra-seco ( de 1,2 a 2 %, ou de 12 a 20 gramas de açúcar por litro), Séc (de 1,7 a 3,5%, ou de 17 a 35 gramas de açúcar por litro), Demi-sec (de 3,3 a 5%, ou de 33 a 50 gramas de açúcar por litro) e Doux (mais de 5%, ou mais de 50 gramas de açúcar por litro).

Por fim, deve-se observar o estilo de cada champagne quanto ao seu corpo, definindo um grande espectro de sabores e texturas, desde uma refinada acidez cítrica e delicados sabores cremosos, até opulentos sabores tostados de biscoito e baunilha em texturas densas e compactas, tais como: Pouco encorpados (dos quais são exemplos: Billecart-Salmon, Laurent-Perrier e Taittinger, dentre outros), de Corpo Médio (dos quais são exemplos: Moet & Chandon, Pol Roger e Mumm, dentre outros) e de Corpo Pleno (dos quais são exemplos: Bollinger, Krug e Louis Roederer, dentre outros).

Ainda dentro da própria França, mas já fora de Champagne, se produz muitos outros vinhos espumantes, normalmente conhecidos pelo nome genérico de “Vin Mousseux”. O mais popular destes vinhos vem do Vale do Loire, onde sua principal denominação é Saumur, mas podem vir também da região do Ródano e de Midi. A primeira grande diferença para os champagnes são as castas utilizadas, normalmente diferentes daquelas três de Champagne. Além disso, nem sempre segue o método Champenoise, sendo comumente obtidas a partir do método Charmat. Quando de melhor qualidade e feitas pelo método Champenoise costuma-se intitula-las de Crémant.

Resta-nos, para encerrar o assunto, apenas repassarmos os principais vinhos espumantes produzidos fora da França, alguns com denominação própria. Mas o faremos na próxima edição, que será a de conclusão deste tema.

Alexandre Franco

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